"Decoração e minimalismo podem vir juntos, mas todo tipo de ornamentação deve vir com uma forma de estrutura e construção. Em uma roupa, nenhum elemento deve vir contrapondo sua estrutura, cada parte deve ser essencial ao plano." (Walker; 2011).
Mesmo que o termo minimalismo tenha sido denominado nos anos 1960, as manifestações artísticas e culturais que usavam o mínimo de elementos surgiram em diversos outros momentos da história da arte. Com o tempo, o propósito foi incorporado às outras formas de expressão humana, chegando ao que conhecemos hoje: um novo estilo de vida.
Não dá pra negar a importância de seus célebres adeptos na difusão do movimento. Steve Jobs, que apresentava suas criações de design simples e de uma sofisticação sem igual, vestia sempre a mesma roupa. Em seguida, acompanhamos Mark Zuckerberg repetindo a fórmula e fazendo o mundo parar para ouvi-lo falar. Não à toa, o Vale do Silício também transformou as tendências da moda, enaltecendo peças básicas e neutras e influenciou a todos, principalmente os homens. O minimalismo caiu no gosto das pessoas que gostariam de chamar a atenção ao que realmente importa: o que elas têm para contar.
Só que este texto não tem o propósito de repetir o que você já leu por aí ou, até mesmo, te convencer a comprar um estoque de camisetas pretas. O minimalismo é muito mais que deixar de se preocupar com a combinação de peças. O conceito vai além e une todos os elementos que devem ser considerados por você, consumidor habituado às facilidades que o capitalismo tradicional te oferece.
O minimalismo é atemporal e preza pelo básico: peças sem estampa, cortes clássicos, que não saem de moda e seguem essenciais ao guarda-roupas contemporâneo. O movimento é, também, um posicionamento político atrelado ao conceito de sustentabilidade. A famosa frase “Menos é mais.”, de Mies Van der Rohe, não se resume apenas à redução do consumo, mas sim, ao hábito de consumir melhor. Em outras palavras, comprar de forma consciente é quando se escolhe investir em itens necessários, que podem ser usados em diversos momentos e de qualidade (espera-se uma alta durabilidade).
No universo da moda, o consumo exacerbado é uma prática comum e altamente incentivada. A consequência deste cenário é o alto volume de peças produzidas e descartadas ao final de uma temporada curta, ocasionando em lixo têxtil. Os dados são alarmantes: estima-se que, a cada segundo, um caminhão de resíduo têxtil é desperdiçado no mundo.
Este cenário pode ser amenizado com escolhas melhores por parte dos consumidores. Quando você adquire um básico de qualidade com uma marca que atende ao conceito slow fashion, escolhe uma peça minimalista e atemporal. Além do design básico e de suas cores neutras, sem detalhes chamativos como as estampas, as peças minimalistas são adequadas para diversos momentos da rotina do homem moderno.
O minimalismo é um conceito que vai além de um lifestyle: ele mostra muito mais sobre a personalidade de seus adeptos. A consciência ecológica e financeira se faz presente quando escolhemos rever os nossos hábitos de consumo e, qualquer mudança positiva que incorporamos à nossa vida, se transforma em algo bom para o planeta.
Texto baseado no trabalho acadêmico “O minimalismo em diálogo com a moda masculina.”, desenvolvido pelos alunos do curso de MBA da ESPM em Ciências do Consumo Aplicadas: Ariane Correia, Bianca Araújo, Bruno Cerqueira, Paula Melardi, Rodrigo Neri e Tiago Santos.
Escrito por Thais Vieira - Gerente de Conteúdo da Oriba.
1 comentário
Excelente texto!